O Novo Museu de Arte de Nova York foi inaugurado no fim do ano passado. Seis caixas são empilhadas e deslocadas para formar o novo edifício.
A equipe responsável pelo projeto foi a do escritório japonês SANAA (Sejima and Nishizawa and Associates).
Num lugar como Manhattan, o que torna esse novo espaço identificável como um museu?
A volumetria possuí clara referência aos arranha-céus Art Déco que cobrem a ilha. Uma caixa fechada que guarda arte em seu interior. Da rua, talvez o elemento que mais chame a atenção do observador seja a aparente ausência de aberturas, tão diferente de seus vizinhos.
Uma obra de arte fica exposta na própria fachada do museu, mudando conforme a exposição
Ao poucos, durante o crepúsculo, o objeto fechado e sólido se desfaz com sua iluminação interna artificial, revelando algumas aberturas antes despercebidas, revelando-se transparente, porém ainda enclausurado, mesmo que por uma pele.
A idéia de que a arte deve se libertar do museu como objeto fechado, assim como a escultura se liberta de seu pedestal, é desenvolvida já a pelo menos 50 anos. Desde a década de 1960, artistas como o escultor norte-americano Richard Serra inserem arte diretamente sobre a superfície da cidade, criando uma nova relação desta com o observador. Ainda que esse seja o caso de uma escultura, objeto que pode vir a sofrer com as intempéries, é questionável que todas as obras de arte devam ficar contidas e separadas do espaço urbano dentro de uma caixa que possuí climatização e iluminação controlada.
Terá o público perdido a vontade de visitar museus apenas para ver arte? Isso explicaria a necessidade que museus sentem hoje em incluir como parte de suas atrações restaurantes, cafeterias, auditórios. A própria imagem externa do museu, sua caixa, um objeto, torna-se também atração.
Imagens:
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